Livro ESSAS MULHERES
inspira estudante de Letras a escrever texto!
A LUTA TAMBÉM SE DÁ ATRAVÉS DA
PRODUÇÃO ESCRITA!
Teoria e Prática: a situação
dos professores brasileiros
Sem
palavras rebuscadas, os autores (professores e alunos), demonstram a realidade
da educação brasileira, através de dados do Rio Grande do Sul no livro Essas Mulheres: Saúde e Trabalho,
organizado por Fátima Magalhães1.
Em programas de TV
famosos, como “ação” da rede globo, são comuns exemplos de “escolas nota 10”
com educação interdisciplinar de qualidade, na qual cultura, lazer e esporte
também são prioridades, o que está muito distante da realidade nacional. Basta
observar uma escola local (não precisar ir longe). Até escolas chamadas “de
referência”, ainda não alcançaram esse patamar de ser exemplo para as outras,
isso por os valores morais e prioridades serem invertidos, o que desencadeia
várias problemáticas que dificultam o desenvolvimento tanto do professor quanto
do aluno dentro da sala de aula e de todo o país, o que a leitura desse livro
deixa claro.
O
descaso com os trabalhadores em educação está crescendo bem como a
desvalorização dos mesmos. Quantos por cento dos formandos de 2013 escolheram
essa carreira? Quantos se inscreveram no ENEM de 2014 para cursar uma
licenciatura? Não há esse dado, mas com muita facilidade sabe-se que não foram
muitos e que desses um bom número “escolheu” por não ter outra opção. O
desrespeito é visto em todo lugar, até mesmo dentro das escolas, lugar que
contraditoriamente é mais opressor.
Os
resultados não são positivos, professores não satisfeitos, não satisfazem os
alunos e vão empurrando o estresse até onde der. Consequências: transtornos
mentais, nervosismo, preocupações, tristeza, aumento de “licença-saúde”
(doença) e vale ressaltar: os mais atingidos são de ensino inicial e de Língua
Portuguesa.
A
síndrome do momento: a de Burnout,
quando a desilusão substitui o entusiasmo, quando o profissional deixa de
acreditar no seu potencial de mudar a sociedade. Todos nós estamos muito
expostos a mesma, pois: “os indivíduos que têm objetivos mais amplos e transcendentes para o seu trabalho são mais passíveis
de desenvolverem Burnout” p. 22.
Os
governos não se enxergam como responsáveis pela educação. Parece que a culpa
dos alunos saírem da escola (desistência) é dos professores. Entretanto, é o
sistema que determina tudo isso, a educação não é prioridade no Brasil. Se a
educação e seus problemas forem vistos/trabalhados de forma dialética
(discutidos entre os trabalhadores em educação ou não e os alunos, por exemplo)
muitos desses problemas seriam resolvidos, mas o que se vê é estresse,
desarmonia, competição dentro e fora das escolas, brigas, superioridade de uns
sobre os outros, falta de informação – não há a troca necessária e nem a ajuda
mútua.
Enquanto
não alcançarmos a grande maioria desses profissionais para lutarem ao nosso
lado não só por uma educação melhor, mas por uma sociedade inteira, muitos
serão mortos por esse sistema, mortos fisicamente ou emocionalmente, muitos que
deixarão de acreditar no seu “potencial transformador”.
Rita Silva, Letras UAST/UFRPE.
1. Fátima
Magalhães é professora aposentada do estado do Rio Grande do Sul.
2. Texto
baseado nas informações do livro “Essas mulheres: saúde e educação”
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