segunda-feira, 26 de maio de 2014


Livro ESSAS MULHERES 
inspira estudante de Letras a escrever texto!
A LUTA TAMBÉM SE DÁ ATRAVÉS DA 
PRODUÇÃO ESCRITA!


Teoria e Prática: a situação dos professores brasileiros

Sem palavras rebuscadas, os autores (professores e alunos), demonstram a realidade da educação brasileira, através de dados do Rio Grande do Sul no livro Essas Mulheres: Saúde e Trabalho, organizado por Fátima Magalhães1.
Em programas de TV famosos, como “ação” da rede globo, são comuns exemplos de “escolas nota 10” com educação interdisciplinar de qualidade, na qual cultura, lazer e esporte também são prioridades, o que está muito distante da realidade nacional. Basta observar uma escola local (não precisar ir longe). Até escolas chamadas “de referência”, ainda não alcançaram esse patamar de ser exemplo para as outras, isso por os valores morais e prioridades serem invertidos, o que desencadeia várias problemáticas que dificultam o desenvolvimento tanto do professor quanto do aluno dentro da sala de aula e de todo o país, o que a leitura desse livro deixa claro.
O descaso com os trabalhadores em educação está crescendo bem como a desvalorização dos mesmos. Quantos por cento dos formandos de 2013 escolheram essa carreira? Quantos se inscreveram no ENEM de 2014 para cursar uma licenciatura? Não há esse dado, mas com muita facilidade sabe-se que não foram muitos e que desses um bom número “escolheu” por não ter outra opção. O desrespeito é visto em todo lugar, até mesmo dentro das escolas, lugar que contraditoriamente é mais opressor.
Os resultados não são positivos, professores não satisfeitos, não satisfazem os alunos e vão empurrando o estresse até onde der. Consequências: transtornos mentais, nervosismo, preocupações, tristeza, aumento de “licença-saúde” (doença) e vale ressaltar: os mais atingidos são de ensino inicial e de Língua Portuguesa.
A síndrome do momento: a de Burnout, quando a desilusão substitui o entusiasmo, quando o profissional deixa de acreditar no seu potencial de mudar a sociedade. Todos nós estamos muito expostos a mesma, pois: “os indivíduos que têm objetivos mais amplos e transcendentes para o seu trabalho são mais passíveis de desenvolverem Burnoutp. 22.
Os governos não se enxergam como responsáveis pela educação. Parece que a culpa dos alunos saírem da escola (desistência) é dos professores. Entretanto, é o sistema que determina tudo isso, a educação não é prioridade no Brasil. Se a educação e seus problemas forem vistos/trabalhados de forma dialética (discutidos entre os trabalhadores em educação ou não e os alunos, por exemplo) muitos desses problemas seriam resolvidos, mas o que se vê é estresse, desarmonia, competição dentro e fora das escolas, brigas, superioridade de uns sobre os outros, falta de informação – não há a troca necessária e nem a ajuda mútua.
Enquanto não alcançarmos a grande maioria desses profissionais para lutarem ao nosso lado não só por uma educação melhor, mas por uma sociedade inteira, muitos serão mortos por esse sistema, mortos fisicamente ou emocionalmente, muitos que deixarão de acreditar no seu “potencial transformador”.
Rita Silva, Letras UAST/UFRPE.
1.       Fátima Magalhães é professora aposentada do estado do Rio Grande do Sul.
2.       Texto baseado nas informações do livro “Essas mulheres: saúde e educação”


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